A FARSA DO DESARMAMENTO
divulgado em 27/JUN/01
Fonte: Editorial do Jornal da Tarde (SP) de 26/6/01
O Brasil assistiu domingo a um autêntico auto-de-fé, digno da Inquisição.
Em nome da segurança pública, organizações não-governamentais, redes de televisão e - o que é muito grave - o governo brasileiro, têm movido uma campanha sem tréguas contra fabricantes, compradores, esportistas e colecionadores de armas de fogo no Brasil só comparável, quanto à sua manifesta irracionalidade e ao grau exacerbado de autoritarismo que a inspira, às que têm sido promovidas pelo regime dos Talebans do Afeganistão.
A inspiração fascista desse tipo de happening é indesmentível. Não importa o que digam as estatísticas da Polícia ou as CPIs, tão promovidas entre nós, sobre a completa falta de relação entre o número de armas legalmente possuídas pelos cidadãos que obedecem às leis e os números da criminalidade, esta campanha continua promovendo uma caça às bruxas claramente dirigida para lidar com as emoções primárias do público e "patrulhar" qualquer opinião divergente, para o que se recorre aos tradicionais expedientes de julgar o caráter e as intenções - e não os atos - de quem discorda, e manipular os fatos para que eles se adaptem às teorias antecipadas.
O local escolhido para a montagem do "cadafalso" monumental - uma das mais importantes vias públicas do Rio de Janeiro: 400 metros de duas das quatro pistas do Aterro do Flamengo -, onde foram cerimonialmente "imoladas" 100 mil "armas de fogo", a presença maciça da mídia no local e o fato de só três jornais, em todo o País - o Jornal do Brasil e os jornais do Grupo Estado -, terem divulgado o fato de que boa parte do que ia ser destruído ali eram armas dos séculos 18 e 19, muitas das quais de inestimável valor histórico, e que essas raridades tiveram de ser salvas do happening de domingo por ações movidas na Justiça por museólogos, não deixam dúvidas quanto à irracionalidade e ao desapego à verdade que inspira esse tipo de movimento fundamentalista.
Se isto é fato para se lamentar, ainda que a aposta explícita na mentira tivesse ficado restrita aos políticos, que vivem, em geral, dela, passa a ser um fato para se temer quando tal atitude passa a ser endossada e assumida também pela maior parte da imprensa.
O século 20 foi tragicamente marcado pela associação da mídia
e das técnicas de propaganda às diferentes correntes
autoritárias e totalitárias, e o resultado foi o que conhecemos.
Mas o mundo ficou vacinado contra essa mistura perigosa.
No Brasil, continuamos chocando esse ovo de serpente.
Quando a razão e os fatos deixam de ser a fonte de inspiração e, principalmente, de legitimação de atos de constrangimento de grupos ou setores da população, e pode-se levar adiante qualquer tipo de brutalidade, sem precisar demonstrar a ligação entre a causa que se quer eliminar (a posse de armas de defesa por cidadãos que fazem questão de registrá-las na polícia) e o efeito que se quer ver desaparecer (a criminalidade crescente no País que nada tem a ver com isso), então ninguém mais está seguro.
Hitler também armava rituais para queimar livros. Mas ao menos dizia claramente o que queria com isso.
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