O CORREIO DO CIDADÃO Nº 099

Guatemala em armas.

divulgado em 04/JUL/00

Por Will Weissert - Associated Press
Publicado em The Arizona Republic de 25/jun/2000

Vendas de armas disparam enquanto o exército ajuda a polícia a combater o crime.

CIDADE DA GUATEMALA - Na cidade, o número de armas logo ultrapassará o número de habitantes. No campo, milícias privadas são mais comuns que luz elétrica ou telefone.

O crime ficou tão fora de controle que 4000 soldados do exército foram às ruas ajudar a combalida polícia.

Até o vice-presidente do país, um burocrata avesso a publicidade, surpreendeu os guatemaltecos aparecendo na televisão em 29 de maio passado suplicando para a onda de crimes diminuir - ao menos um pouco.

Mas, para muitos guatemaltecos, nada disso é suficiente.

Não existem dados confiáveis sobre os índices de criminalidade, mas a venda de armas mostra como o medo da violência criminosa está difundido. Nos últimos seis meses, armas e outros equipamentos de segurança aumentaram suas vendas 50% sobre taxas que já eram as mais altas da América Central.

Na cidade da Guatemala já existem 1,5 milhões de armas, quase uma por pessoa. Mesmo as estimativas mais conservadoras indicam que o número de armas ultrapassará o de habitantes ao final do verão.

"Não consigo manter estoque das armas mais populares" afirma Ricardo Umana, proprietário da Gun Depot, uma pequena loja num afluente subúrbio da cidade da Guatemala, atulhada do chão ao teto com armas curtas e longas. "A maioria dos meus clientes costumava ser de caçadores, mas hoje todo mundo está comprando armas".

A capital do país possui uma legislação para o porte de arma mais liberal que a do Texas. Seguranças armados com fuzis automáticos e escopetas guardam todos os bancos, caixas eletrônicos e shopping centers e podem até ser encontrados em alguns MacDonalds nos bairros mais violentos. (...)

Mesmo com a mobilização dos Guatemaltecos para se defenderem, alguns dizem que a maneira mais simples para acabar com o problema da criminalidade será voltar ao passado ditatorial do país.

"Todos dizem que se Rios Montt (o ex-ditador Efrain Rios Montt) voltasse ao poder o criminosos desapareceriam, que eles teriam de deixar o país", afirmou Enrique Lucero, 41, enquanto esperava pelo ônibus num bairro afluente da cidade da Guatemala onde trabalha como pintor de paredes. "O general não tolerava o crime, todo mundo sabe disso".

Rios Montt, atual presidente da legislatura, governou a Guatemala com mão de ferro entre 1982 e 83, um período de 18 meses considerado o mais sangrento da guerra civil. O acordo de paz de dezembro de 1996 finalmente pôs fim à luta entre as forças do estado e a guerrilha de esquerda, mas não sem antes 200 mil guatemaltecos terem perdido a vida. (...)

A constituição de 1985 impede Rios Mont, 71, de assumir a presidência novamente. Entretanto, o atual presidente, Alfonso Portillo, que é membro do partido do ex-ditador, está fazendo lobby para montar uma sessão especial do congresso para mudar a constituição e permitir a candidatura do Rios Montt.

Rios Montt não fala sobre sua possível volta à presidência, mas apoiou a lei que permite botar o exército nas ruas para auxiliar a polícia. "Lutar contra essa violência de qualquer maneira é uma boa idéia" declarou ele.

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