O CORREIO DO CIDADÃO Nº 096

Hungria combate a posse de armas, mas a indústria resiste.

divulgado em 01/JUN/00

Por Thomas Orszag-land

Publicado em The Observer (Londres), em 29 de maio de 2000

BUDAPEST, Hungria - os planos da Hungria para introduzir a legislação mais dura de controle de armas da Europa, combatendo estritamente a posse de armas de fogo legalmente adquiridas, ultrajaram muitos grupos de interesse especial locais, incluindo firmas de segurança privadas, a indústria de seguros e esportistas.

"A Europa Oriental é provavelmente o lugar o mais fácil na terra para se obter armas curtas ilegalmente", queixa-se Peter Kovacs, 47, um guarda de segurança e pai de quatro filhos. "Muitos jovens as têm, e atiram em velhinhas à queima-roupa, para roubar uns trocados. Mas se eu perder minha licença de portar minha arma legalmente, seria a minha ruína."

Muitos milhares de armas leves e de outras armas militares foram vendidos, abandonados ou negociadas em troca de comida por soldados do Exército Vermelho, quando estes saíram da região após o colapso da União Soviética. A máfia russa substituiu-os neste respeito e está agora envolvida no contrabando maciço de armas.

As guerras nos Balcãs assim como os conflitos étnicos violentos continuando em Kosovo produziram também um fluxo constante de armas nas fronteiras porosas da região.

A indústria de segurança privada em toda a Europa Oriental experimentou uma explosão de negócios dada a proliferação descontrolada da posse de armas leves.

Espera-se que diversos países vizinhos da Hungria sigam seu exemplo, introduzindo controles de armas similares, que é uma precondição à filiação eventual à União Européia para muitas destas nações.

Dois terços das 250.000 armas licenciadas em posse de civis na Hungria são mantidas por esportistas e seus clubes. O resto é usado principalmente para a defesa pessoal por guardas de segurança e por membros de grupos altamente privilegiados de civis tais como membros do Parlamento, juízes, promotores de justiça, auditores e fiscais de fazenda, e servidores civis do alto escalão. (NT: Hummm..., isto me lembra um certo país tropical)

"No futuro, uma licença de armas para defesa pessoal só será emitida em resposta a uma ameaça pessoal específica", disse Bela Ring, do departamento jurídico do ministério do interior "e terá que ser investigado e provado com cuidado."

Zoltan Trombitas, presidente da Associação de Portadores de Licença de Armas, pensa que as armas legalmente possuídas não foram usadas para uma finalidade criminal na Hungria por muitos anos. "As autoridades devem concentrar seus recursos e esforços na coleta de armas ilegais," disse ainda que "... será que não compreendem que os civis legalmente armados constituem um impedimento poderoso ao crime violento?"

O governo opõe-se, afirmando que não é a tarefa dos civis lutar contra criminosos armados e que, em um momento de confronto mortal, as armas nas mãos civis poderiam provar-se uma ameaça aos transeuntes inocentes.

Heti Vilaggazdasag, um jornal semanal influente, deu boas-vindas às propostas para privar companhias de segurança privadas de suas licenças de armas. O jornal observa que muitos assaltos a bancos começam quando os guardas de segurança são desarmados e suas armas voltadas contra si por criminosos.

Mihaly Vorosmarty, presidente da Sociedade de Investigadores Particulares e de Agências de Segurança Privada, também é a favor de uma legislação mais restritiva de controle de armas. Mas teme que as propostas legislativas em seu forma atual ameaçariam a existência de muitas companhias-membro, que atendem os bancos e os serviços de transporte de valores.

"Os agentes de segurança transformar-se-iam em alvo fácil para o ataque violento dos criminosos se estivessem desarmados"; ele insiste:"Enfrentam uma ameaça especial que deve ser reconhecida com a permissão continuada de portar armas".

A Associação de Seguradoras Húngaras teme também que a nova lei proposta poderia tornar muitas transações de elevados valores inviáveis para serem seguradas. "Seguro é sobre o risco," disse o porta-voz Gyorgy Lam da associação. "Os contratos de seguro que cobrem transferências de dinheiro, de jóias, trabalhos de arte e de outros tesouros prescrevem agora a manutenção de agentes de segurança armados para eliminar fatores de risco.

"Se os clientes forem impedidos pela lei de fornecer a cobertura de segurança suficiente, seus contratos necessitariam ser renegociados. E a ascensão conseqüente dos prêmios poderia superar os meios de muitos indivíduos e mesmo de algumas instituições financeiras."

Os legisladores propõem também limitar o número dos rifles e das espingardas de caça permitidos por pessoa para finalidades esportivas. Os membros de clubes de armas e tiro teriam que armazenar suas armas em locais de guarda coletivos e seguros e praticar o tiro somente em seus clubes. Por si só, isto teria um efeito restritivo enorme, porque muitos clubes não têm nem paióis seguros nem pistas ou pedanas de tiro.

=====================================================
COMENTÁRIO: A notícia demonstra cabalmente que a campanha anti-armas é uma orquestração internacional. Só não vê quem não quer.

************************************************************
* O CORREIO DO CIDADÃO é uma iniciativa do jornal ARMARIA  *
* para levar a jornalistas, autoridades e outros           *
* formadores de opinião, notícias e comentários sobre      *
* armas normalmente sonegadas à população pela grande      *
* imprensa. Caso queira retransmitir esta mensagem para    *
* outras pessoas, substitua na frase abaixo nosso e-mail   *
* pelo seu. Caso não queira mais receber mensagens desse   *
* teor, envie um e-mail para: - armaria@novanet.com.br -   *
* solicitando seu desligamento.                            *
* Visite nosso web-sítio em <http://www.armaria.com.br>    *
* ARMARIA - pelo direito à posse e uso de armas.           *
* ARMARIA - na luta por uma cidadania plena!               *
* ARMARIA - luz nas trevas da ignorância e do preconceito. *
************************************************************


Retornar a O MELHOR DO CORREIO DO CIDADÃO

Retornar ao ARMARIA ON-LINE