O CORREIO DO CIDADÃO Nº 094

Aumenta o número de mortes, com 3 milhões de armas inundando a Inglaterra.

divulgado em 18/JAN/00

Fonte: The Times - 16/jan/2000

Por Jon Ungoed-Thomas

Cerca de 3 milhões de armas ilegais estão em circulação na Inglaterra, ocasionando um aumento nos tiroteios e execuções por gangues - é o que os novos dados revelam.

A polícia está apreensiva, pois o confisco realizado após o massacre de crianças em Dumblane, em 1996, que resultou na apreensão de 200 mil armas, falhou em atingir o suprimento de armas do submundo.

Os criminosos têm mantido um fluxo constante de armas através do contrabando da Europa Oriental, com a reativação de armas desativadas em fábricas clandestinas e com roubo de coleções privadas.

A estimativa de 3 milhões de armas ilegais no Reino Unido - realizada por pesquisadores a serviço da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o comércio de armas - é muito maior do que o estimado previamente. Este vasto arsenal abasteceu a recente onda de tiroteios em cidades como Londres, Birmingham e Manchester, onde um rapaz de 17 anos foi morto na semana passada.

As pesquisas sugerem que, em algumas áreas, um terço dos jovens criminosos (classificação que abrange a faixa etária de 15 a 25 anos) possui ou tem acesso a armas de fogo que vão de submetralhadoras Beretta a pistolas Luger, estas últimas compradas de traficantes a preços tão baratos quanto 200 libras.

"Existe uma tendência de mudar de pistolas e espingardas para armas automáticas" diz o Detetive Superintendente Keith Hudson, do esquadrão nacional do crime. "Estamos apreendendo armas que são relativamente novas - algumas ainda em suas caixas originais - vindas de países da Europa Oriental".

Em Londres aconteceram mais de 20 tiroteios com mortes no ano passado, supostamente ligados aos "Yardies" (uma gangue formada por jamaicanos), comparado com nove mortes em 1998. Num desses tiroteios, Andy Balfour de 32 anos, foi atingido oito vezes por disparos de uma submetralhadora MAC 10 que pode disparar 20 tiros por segundo. Em julho passado, Tim Westwood, um disc-jockey da BBC, foi alvejado por um homem dentro de seu carro enquanto passava por Kennington, no sul de Londres.

Assassinatos em Manchester incluem a morte de Gabriel Egharevba, de 17 anos, na semana passada, alvejado por um homem numa motocicleta em Longsight. Foi o oitavo tiroteio com vítimas na cidade nos últimos sete meses.

Em abril de 1998, dois jovens de 14 e 17 anos foram mortos na mesma área por uma gangue equipada com submetralhadoras. Detetives afirmam que armas modernas estão se tornando rapidamente acessórios da moda entre os jovens traficantes de drogas, usadas tanto para proteção pessoal quanto para a defesa de seu território. Policiais desarmados dizem que se arriscam a confrontar adolescentes em suas bicicletas brandindo armas automáticas.

Em Birmingham, aconteceram cerca de 100 crimes por mês envolvendo armas de fogo desde março passado, comparado com 88 por mês no ano anterior. Dois homens foram mortos a tiros em Birmingham em incidentes separados neste Natal.

Os responsáveis pela campanha anti-armas esperavam que após a proibição que se seguiu ao massacre de Dumblane (quando Thomas Hamilton matou 16 crianças e uma professora) haveria uma redução nos crimes com armas de fogo. As últimas estatísticas, entretanto, mostram que os crimes com armas estão crescendo.

Dados do Ministério do Interior (Home Office) revelam que, no geral, os crimes cometidos com armas de fogo aumentaram 10 % em 1998. Foram registrados 13.671 crimes com armas em comparação com 12.410 no ano anterior. Especialistas, entretanto, acreditam que em metade desses crimes sejam usadas imitações de armas e não armas reais.

Os oponentes do desarmamento imposto após Dumblane afirmam que não houve redução da criminalidade porque o submundo possui inúmeras fontes de suprimento de armas. Especialistas em armas dizem ser necessário mais pesquisas para identificar corretamente as fontes de suprimento de armamento.

Kate Broadhurst, uma pesquisadora do Centro Scarman, declarou: "O controle das armas legalmente possuídas claramente não terá grande impacto".

Funcionários da alfândega não acreditam que armas contrabandeadas formem o grosso do arsenal dos marginais. Segundo eles, os criminosos empregam a reativação de armas desativadas, tais como as Uzi 9mm ou a MAC 10, ou suprimentos fornecidos por negociantes corruptos.Funcionários do Ministério do Interior afirmam que a legislação cortou uma importante fonte de suprimento para o submundo. Eles afirmam que a proibição NUNCA TEVE A INTENÇÃO DE COMBATER A CRIMINALIDADE ARMADA, mas foi uma resposta direta a Dumblane, onde foram empregadas armas legais.

"É um absurdo que tenha sido adotada uma proibição de armas que até os funcionários do Ministério do Interior concordam que não vai reduzir os crimes com armas", diz Chris Price, presidente da Associação dos Comerciantes de Armas. "Não são os criminosos que sofreram, mas sim os usuários legítimos e os comerciantes de armas".

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COMENTÁRIO: O Brasil quer seguir o exemplo da Inglaterra e até as desculpas para a proibição são as mesmas. Tanto lá quanto cá, o governo admite que a medida não terá nenhuma influência sobre a criminalidade.

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