O CORREIO DO CIDADÃO Nº 087

ARMAS TORNAM A SOCIEDADE MAIS SEGURA.

divulgado em 08/SET/99

Editorial do jornal Pittsburgh Post Gazette de 05/set/1999

Aqueles inclinados a matar desistem quando as pessoas estão armadas.

Por Jack Kelly

Buford Furrow, o porco nazista que atirou numa creche de crianças judias em Los Angeles no dia 10 de agosto, dominou os noticiários noturnos de todas as cadeias de televisão no dia de sua sanha e nos dias seguintes. O mesmo aconteceu com Mark Barton, que matou sua família e depois mais nove pessoas em dois edifícios de escritórios num subúrbio de Atlanta, em 29 de julho.

Mas as televisões ignoraram o que aconteceu em Santa Clara, Califórnia, no dia 6 de julho, quando Richard Gable Stevens, de 21 anos, tomou três reféns num clube de tiro local e disse que ia matá-los.

Stevens não conseguiu chegar ao estrelato dos grandes chacinadores deste verão porque um dos reféns tinha uma pistola .45 escondida debaixo da camisa. Ele sacou a arma e alvejou Stevens no peito, derrubando-o. Stevens permaneceu dominado até que a polícia chegasse para prende-lo.

O sargento Anton Morec, da polícia de Santa Clara, disse que o refém armado muito provavelmente evitou um massacre.

"Tudo indica que Stevens pretendia pegar mais gente" declarou Morec à agência Reuters, uma das poucas a noticiar o fato.

Será que a tragédia evitada em Santa Clara não foi notícia porque foi evitada, ou porque a maneira como foi evitada não favorece o desejo da mídia por mais controle de armas?

Muito tempo de transmissão foi dado para os que argumentam que Furrow, Barton e Benjamin Nathaniel Smith (que matou duas pessoas e feriu outras nove disparando de um automóvel (drive-by shooting) em Illinois e Indiana no feriado de 4 de julho), provam que mais restrições às armas são necessárias. Os fatos, entretanto, sugerem o oposto.

Vejamos Furrow: Ele foi detido por assalto em Kirtland, estado de Washington, em 2 de novembro de 1998. Três dias antes, um hospital psiquiátrico que ele tentou invadir, pediu um mandado de prisão contra ele. Era ilegal, portanto, que ele possuísse armas. A polícia poderia tê-las apreendido. A polícia deveria tê-lo mantido preso. Mas nada disso aconteceu.

Vejamos Barton: A polícia do Alabama suspeitava que ele havia assassinado sua mãe e sua primeira mulher.

Vejamos Smith: Quando ele tentou adquirir uma arma legalmente no comércio especializado de Illinois, em 23 de junho, teve sua autorização negada. Ele mentiu no formulário, o que é uma contravenção penal e, portanto, poderia ter sido preso. Mas a polícia nada fez. As armas que ele usou para cometer seu intento foram adquiridas posteriormente de forma ilegal.

Os casos de Furrow, Barton e Smith sugerem que não precisamos de mais leis anti-armas, mas sim que as existentes sejam cumpridas. Digo isto não para criticar a polícia. Policiais de todos os níveis constituem apenas 0,5% da força de trabalho do país. Somente 25% dessa mão de obra está de serviço num determinado instante qualquer e muitos desses em atividades administrativas. Simplesmente não há policiais suficientes para cuidar de todos nós.

Isso nos leva a mais uma consideração sobre Furrow. Ele atacou a creche israelita porque os três alvos anteriores que ele sondou estavam muito protegidos. Ele sabia que não haveria pessoas armadas na creche para proteger as crianças.

Furrow é um atirador medíocre. Ele disparou 70 tiros em mulheres e crianças desarmadas e só conseguiu ferir cinco. Se ele tivesse tentado a mesma coisa no clube de tiro de Santa Clara, é muito provável que ele teria ido para o inferno, marchando em passo de ganso, sem ter chance de ainda matar o carteiro Joseph Ileto que ele assassinou em sua fuga da cidade.

Dois outros eventos recentes jogaram água fria nas teses proibicionistas.

Na Carolina do Norte, o pesadelo dos anti-armas: as autoridades locais revelaram que a lei do porte de arma não discricionário, aprovada quatro anos atrás, tem sido um grande sucesso. O estado emitiu 40.506 licenças de porte de arma oculta entre 01/dez/95 e 04/ago/99. Destes, apenas 137 foram revogados, três décimos de 1 porcento, a maioria por violações de natureza técnica. Os índices de crimes violentos no estado baixaram neste período de 660,7 por 100 mil habitantes para 591,8.

"As pessoas previam que haveria tiroteio nas rodovias", disse o senador Fountain Odom. "Este não foi o caso".

Na Austrália, o sonho dos anti-armas: Em 1996 as autoridades aprovaram um "programa de eliminação de armas de fogo", no qual o governo forçou os proprietários de armas legais a entregar 640.381 armas de fogo, incluindo espingardas, carabinas .22 e armas de mão.

Os índices de criminalidade australianos, que vinham caindo consistentemente nos últimos 25 anos até a aprovação da lei, mudaram nos 12 meses seguintes: os homicídios aumentaram 3,2%; assaltos (roubo com agressão física) subiram 8,6% e, pasmem, roubo a mão armada saltou para mais 44%.

A evidência é bem clara: Quando é contra a lei ter armas, só os fora-da-lei têm armas.
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Jack Kelly é analista de assuntos nacionais dos jornais Pittsburgh Post Gazette e Toledo Blade.

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