O CORREIO DO CIDADÃO Nº 080

CULPEM AS PESSOAS, NÃO AS ARMAS.

divulgado em 24/ABR/99

Editorial do Sydney Morning Herald (Austrália) de 23/abr/99

Por Hugo Gurdon

A quantidade de mortes na escola Columbine de Littleton, no Colorado, foi maior que o massacre do ano passado em Jonesboro, no Arkansas, quando dois meninos de 11 e 13 anos mataram quatro colegas e uma professora.

Mas a escala do massacre de terça feira por si só não explica a diferente reação dos americanos desta vez.

Quando a fumaça da pólvora se dissipou, após a fuzilaria do Arkansas, o debate que se seguiu teve como tema as débeis leis sobre armas americanas e a supostamente óbvia necessidade de mais controle sobre elas. Desta vez, entretanto, poucas pessoas estão aceitando o fácil argumento de que as armas estão na raiz do problema.

É claro que as televisões estavam no vácuo na terça feira a noite e, precisando oferecer algum comentário sobre a chacina, buscaram a palavra sempre disponível de grupos de pressão anti-armas.

Porta-vozes rapidamente adentraram os estúdios para repetir, com a certeza das pessoas que detêm a verdade, que os EUA deveriam se livrar das armas.

Mas a maioria dos americanos não chegou a mesma conclusão simplista. Eles não sugeriram que o espasmo de violência deva ser seguido de um espasmo de medidas inconstitucionais. Ao contrário, eles notaram que a “Máfia da Capa Preta”, como os assassinos gostavam de ser chamados, não eram crianças, mas sim jovens adultos quase na idade de votar.

Ao invés da certeza indignada, os comentaristas apresentavam uma sóbria perplexidade. Isto é o reflexo da percepção que o pesadelo do Colorado não é fruto de algo tão simples como a Segunda Emenda da constituição, que garante o direito de possuir armas.

A verdade é que esses tiroteios em escolas são aberrações que estão se tornando menos, e não mais, freqüentes nos EUA.

Até o massacre de Columbine, somente nove entre os 50 milhões de estudantes nos EUA tiveram morte violenta nas escolas desde o início do ano letivo em setembro passado e, dessas nove, três foram suicídios.

Mais ainda, não há correlação entre o número de armas na população e a taxa de homicídios.

Até agora, a obsessão de culpar as armas impediu os americanos de procurar, realmente, a verdade.

Agora, porém, os EUA começaram a olhar mais profundamente. As pessoas estão começando a concordar com a velha máxima da National Rifle Association, que são as pessoas, e não as armas, que matam gente. Com a revelação dos detalhes do massacre de Columbine os americanos estão examinando a Máfia da Capa Preta e não as ferramentas que eles empregaram na chacina.

Noticiários de televisão mencionam que os membros da máfia eram fãs de Marilyn Mason, um artista pop que “mistura a violência demente de Charles Mason com o estilo e a beleza de Marilyn Monroe”. Niilismo, violência extrema e sadismo enchem os olhos e ouvidos dos americanos 24 horas por dia através da televisão e outros meios de comunicação.

Finalmente, o país começa a se questionar se a sociedade deve permanecer inerte ao mesmo tempo que se diverte com a dose diária de depravação.

Não é a Segunda Emenda da constituição, mas sim a Primeira que deve ser examinada para entendermos como uma sala de aula se transforma num matadouro. Isto não significa que a Primeira Emenda, que garante a liberdade de opinião, deva ser mudada. Significa apenas que o país não pode mais aceitar que a liberdade de imprensa exima a necessidade de decência.
- The Telegraph, London.

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